Cresce a procura por seguros de pessoas no Brasil

post-img


A morte do sogro da jornalista Beatriz Saldanha, no ano passado, acendeu o alerta dela para a importância de contratar um seguro de vida. Mas foi em maio deste ano que, em meio às incertezas que pairam quanto às possíveis reformas trabalhista e da previdência, que ela recorreu ao produto. Durante uma consultoria, ela foi informada que a abrangência da contratação poderia cobrir financeiramente eventuais enfermidades ou invalidez.

“O meu sogro faleceu e o seguro de vida que ele tinha foi o que deu um suporte grande para a família. Como eu não tenho uma estabilidade grande, eu resolvi fazer um seguro. Me ofereceram um seguro de vida atrelado a um seguro mulher. Caso eu tenha um câncer, poderei receber o valor de custeio do tratamento ainda em vida. Hoje eu pago R$ 47 por mês e receberia R$ 100 mil, em caso de doença”.

Dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida mostram que, no primeiro semestre, as contratações de seguros de pessoas superaram R$ 15 bilhões, um número 3,7% maior do que o registrado em 2015. Já os números da Superintendência de Seguros Privados também mostram o crescimento do setor, mesmo em um período de crise financeira, e apontam que na modalidade ‘seguros de vida’, houve um aumento de 25% nos valores de contratação. A coordenadora da Susep, Adriana Hennig, explica que os seguros de pessoas têm a função de evitar baques financeiros. Por esta característica, eles assumem um papel fundamental e complementar às previdências privadas no planejamento financeiro familiar.

“A previdência privada é um produto para o longo prazo. No seguro de pessoas, você se resguarda para eventos como a morte e a invalidez temporária. É muito importante que, além da previdência complementar, exista a contratação dos seguros que vão cobrir eventos desse tipo, durante o período de acumulação de recursos”, explica.

O administrador Márcio Olivetti, de 40 anos, que o diga. Profissional liberal, ele conta com um seguro que cobre eventuais afastamentos do trabalho por causas médicas desde 2004. No ano passado, depois de realizar uma cirurgia no joelho, ele recebeu pagamentos durante os sete meses em que precisou se afastar do trabalho. Apesar de curado, ele não deixa de pagar o plano.

“Eu tive um problema nas cartilagens do joelho, de tratamento cirúrgico, e precisei ficar afastado do trabalho por 90 dias. Pelos dez primeiros dias, eu não recebi, por causa da franquia estabelecida em contrato. Então recebi do décimo primeiro dia até o nonagésimo. Ou seja: recebi 80 diárias, que me conferiu uma renda em torno de R$ 8 mil. O seguro me manteve e cumpriu o objetivo dele”, relata.

O comentarista da CBN Mauro Halfeld diz que, apesar de crescentes, os números seguros de pessoas ainda ficam abaixo do que considera ideal e do que é visto em países mais desenvolvidos.

“Para quem tem filhos pequenos, para quem tem um cônjuge que não conseguiria se manter, vale a pena fazer seguros de vida. E eu vou além: recomendo vários seguros de pessoas, com valores menores e coberturas variadas. O brasileiro precisa aprender a se disciplinar e planejar a próprio futuro”, opina.

Mas especialistas alertam que é necessário pesquisar antes de contratar seguros de pessoas ou previdências privadas. De acordo com a Susep, é possível conferir os registros dos corretores e empresas do setor no site da entidade. No mesmo endereço, é possível encontrar informações sobre os produtos regulamentados. Para obter o registro profissional, fornecido pela Susep, os corretores têm que ter sido aprovados no exame da Escola Nacional de Seguros.

E amanhã, na última reportagem da série sobre o planejamento da aposentadoria, você vai saber como os valores investidos nos seguros de pessoas e previdências privadas podem ser resgatados ainda em vida pelo contribuinte.

Fonte: CBN